Interstício
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“no decorrer dos meses Já não sei mais quem eu sou E a pessoa Refletida No espelho Dos seus olhos Por onde foi que entrou?” ☼
Minha alma dança, enevoada e cega sob o jugo de mil pecados
Rutilante e trêmula bacante que desaba em espirais sinuosas.
Ninguém vê o malabarismo das minhas lágrimas sigo subjugada num equilíbrio frágil pendurada nos delicados fios tecidos por mãos insanas e frias
Corto delicadas lascas de mim em inúteis remissões fragmentos do que fui.
Culpas crescem indolentes nas frestas dos teus silêncios reforçam a filigrana prateada que brota dos teus olhos vidrados
Beijos sonolentos me deslizam por lençóis bordados de sonho, enquanto amamento lobos mutantes filhos das facas que se escondem no interstício das palavras não ditas
Desfaço-me a cada dia pra te recompor junto os cacos dos teus olhos reconstruo os teus sonhos enquanto abraço abismos.
(Citação "no escuro" de marina lima e antônio Cícero) #umpoemapordia
