Nem tudo o que vai à rede é peixe (21 JAN 2016)

Jan 25, 2016, 08:07 AM

Um proejeto da #SPVS (Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem) foi o vencedor da 3ª Edição do Fundo de Conservação #InAqua, do Oceanário de Lisboa e do National Geographic Channel.

#CAPREDUX é o nome do projeto vencedor do Fundo de Conservação InAqua, uma ideia desenvolvida pela Organização Não Governamental de Ciência, a SPVS quer monitorizar e reduzir a captura acidental de aves marinhas na Zona de Proteção Especial Aveiro-Nazaré.

Tudo começou há oito anos, com um primeiro ensaio e agora este Fundo permite à SPVS avançar com um segundo ensaio "alargado", com 40 embarcações e que vai durar dois anos.

Este projeto quer atenuar o conflito existentes entre a atividade pesqueira e a protecção de espécies de aves marinhas protegidas. O problema está no lançar e no recolher das #redes em que as aves marinhas ficam presas de foram acidental.

O investigador José Vingada, da SPVS adianta que existem capturas significativas de #aves protegidas. "As capturas podem atingir 500 a 600 animais num dia. São valores assustadores e preocupantes", sublinha.

A época mais critica para a pardela-balear é no verão, depois da reprodução. Para a torda-mergulheira, o airo ou o pato preto o período mais preocupante é o inverno em que as espécies se deslocam do norte da Europa para virem fazer a "invernada".

José Vingada dá o exemplo da pardela-balear, que é a ave marinha mais ameaçada da Europa, com um efectivo de 20 mil individuos. "Ou seja, se houver uma captura de 200 animais em águas portuguesas, esse número apesar de ser pequeno é sgnificativo para a reprodução da espécie, em especial se forem individuos adultos".

Os #pescadores também são afetados e por isso também têm interesse em resolver o problema mas os métodos existentes no resto do mundo não se aplicam em Portugal porque a maior parte da frota portuguesa é de pesca artesanal.

DOIS MÉTODOS

A SPVS desenvolveu dois métodos para espantar as aves marinhas das redes de #pesca, um deles tem por base a emissão de sons de stress para as aves a partir das embarcações. "A maior parte das aves têm um conjunto de sons que utilizam para alertar para os perigos e aquilo que se verificou é quando esses sons de stress são emitidos na proximidade do barco os animais tendem a reagir e a afastar-se temporáriamente da zona de risco e da altura de risco que é quando o pescador está a lançar a rede ou a recolher a rede para dentro do barco", adianta o investigador José Vingada.

O segundo método de afastamento é um dissuassor ótico que nãop é mais do que "uma luz de uma intensidade significativa, uma luz verde e é perceionada pelas aves como sendo um objeto físico, tipo uma parede ou uma cortina".

Se esta segunda fase de ensaio tiver bons resultados os investigadores querem avançar para novas formas de financiamento de modo a instalar este equipamento em todas as embarcações da frota portuguesa de pesca.